Mas, afinal, o que é psicoterapia,
para que serve e qual sua importância?
A terapia psicológica pode ser entendida, entre outras formas, como um processo de reflexão sobre si, sobre a própria existência e sobre a maneira de ser no mundo e o modo de lidar com este mundo, com as pessoas, consigo mesmo, com os próprios problemas, preocupações, medos, angústias, sofrimentos, dores, traumas, desejos, lembranças, dificuldades, potenciais; e este processo de reflexão é auxiliado e orientado por um profissional devidamente formado na área. Esta ajuda do profissional serve, entre outras coisas, para que tal reflexão não acabe levando, às vezes, quando mal direcionada, a outros problemas ou a dificuldades maiores, a mais sofrimentos e preocupações, a percepções equivocadas e disfuncionais da vida e de si, ou seja, o profissional ajuda a qualificar este processo de reflexão da pessoa sobre ela mesma.
Trata-se de um encontro ou de uma relação em que, no caso da terapia individual, duas pessoas se juntam e se unem para ajudar a uma delas. Mas, não se trata de qualquer relação, mas de uma relação de confiança, totalmente sigilosa, de empatia, de cuidado, zelo e atenção total a apenas uma das partes da relação no foco dos diálogos e da reflexão. E da mesma forma, também não se trata de qualquer forma de reflexão, mas de uma com objetivo saudável e acompanhado de perto por um especialista da área, preparado para tal.
Ter um espaço e um momento único para tão somente pensar em si pode ser tão importante quanto outros comportamentos que temos com nossa saúde, como se alimentar e dormir, por exemplo, pois refletir sobre o que estamos fazendo conosco, porque estamos, para que estamos e como estamos, pode ser fundamental para o nosso bem estar biopsicossocial. Porém, às vezes, ‘pensar pode fazer mal ao pensamento’, a depender do conteúdo, direcionamento e qualidade deste pensamento, por isso, um especialista pode ajudar neste processo de pensar e refletir sobre si, de modo mais produtivo, funcional e saudável. A terapia psicológica, assim, será, na rotina da pessoa, um processo reflexivo para si e uma relação dialógica sem igual no seu objetivo, se comparada a todas as outras relações que possui em sua vida. Será um momento só seu e especialmente seu, para abordar só suas próprias questões pessoais, sem precisar ter vergonha ou receios de ser julgada ou de não ser compreendida, pois a terapia não serve para julgar, mas para, essencialmente: Conhecer melhor, para compreender melhor, para ajudar melhor.
As relações humanas são transformadoras e isso já é amplamente reconhecido, com isso, uma relação humana saudável, de confiança, de abertura, de empatia sincera, de cuidado especializado, de atenção compreensiva às questões pessoais, sem julgamentos ou condenações, de um olhar, uma postura e uma ajuda genuína para as dores de uma dessas pessoas da relação, para seus anseios e receios, logicamente terá um potencial transformador ainda maior. É amplamente sabido por todos que nos transformamos através de nossas relações, ao longo de nossas vidas, e sendo assim, é fácil imaginar que uma relação profunda, salutar, confiável e qualificada, certamente pode levar, no mínimo, a um potencial transformador igualmente mais qualificado.
Como afirmou Victor Hugo, “a vida não passa de uma oportunidade de encontro...”, assim, a terapia pode ser concebida como uma oportunidade de encontro específica e inspiradora de mudanças para aquele que a busca.
O termo terapia vem do grego “therapeia” e significa, basicamente, cuidado, assim, fazer terapia seria, de forma mais simples, um tempo para ser cuidado. Em outras palavras, também poderia significar não descuidar de si e entender ser necessário um tempo de zelo consigo. Este processo de reflexão conjunta visa ao autoconhecimento, crescimento pessoal, evolução gradativa como pessoa, fortalecimento das capacidades e potencialidades, desenvolvimento de recursos e estratégias para lidar com as dificuldades, prevenção de sintomas ou de transtornos mentais ou de condições psicológicas indesejáveis, atenuação de sofrimento psíquico, reabilitação e promoção de saúde mental e de bem estar biopsicossocial.
Mas, na verdade, existem várias maneiras de definir um atendimento psicológico clínico e ele pode ser distinguido entre plantão psicológico, acolhimento, aconselhamento, terapia breve, a psicoterapia de fato (sendo esta mais prolongada e mais profunda e que também pode ser definida de diferentes formas, a depender da abordagem do profissional), além do aspecto de haver outras modalidades, como a terapia de grupo, terapia de casal, terapia familiar, atendimento online.
Importante compreender que, pelos motivos já expostos, como pode se perceber, a terapia é bem diferente de apenas procurar conversar com um amigo(a) ou alguém mais próximo, pois, entre outras razões, a outra parte da relação, no caso da relação terapêutica, além da garantia do sigilo, de não julgar como no senso comum, ainda terá conhecimentos especializados para melhor auxiliar e qualificar a reflexão dos problemas apresentados.
Psicoterapia não é coisa para loucos, quem faz não é fraco e não é ‘frescura’. Em uma analogia ou comparação, ainda que um pouco forçosa, mas justificada por fins didáticos e só para ilustrar, seria como fazer academia de exercícios físicos, em que pode haver pessoas visando fortalecimento, prevenção, melhora da qualidade de vida, ou pessoas visando reabilitar algum problema muscular já instalado ou tentar diminuir alguma dor já existente e, de maneira semelhante, a psicoterapia pode ter diferentes finalidades, como já dito aqui anteriormente, que pode variar desde autoconhecimento, fortalecimento, prevenção, até reabilitação, atenuação de sintomas, diminuição de dor ou sofrimento e outros.
Mesmo quando já há um diagnóstico e há algum transtorno mental, também não se pode achar que é ‘frescura’ ou fraqueza, pois, inclusive, tal forma de discriminação pode receber o nome de “psicofobia”, termo que denomina justamente uma forma de preconceito contra pessoas que possuem algum transtorno mental. Isso ocorre muito por desconhecimento. Ninguém chegaria para uma pessoa com câncer e diria para ela parar com aquele câncer e tentar ser forte, do mesmo modo que ninguém chegaria para uma pessoa com hipertensão arterial ou dores lombares ou cólicas e diria para ela tentar mudar, parar de fraqueza e enfrentar e superar, pois se reconhece nestes casos que é uma doença e uma condição que exige cuidado, intervenção, acompanhamento e tratamento. Mas, quando se refere a condições psicológicas, às vezes não se reconhece como uma doença como outra qualquer e que precisa igualmente de cuidado, intervenção, acompanhamento e tratamento. Esta condição psíquica ou mental precisa ser levada a sério, tanto pela própria pessoa quanto pelos que estão à volta; e este cuidado necessário envolve justamente a psicoterapia. O psiquismo não é um sistema ou aparelho de ferro e imbatível, e não é muito diferente de todo o resto do corpo ou organismo neste aspecto, pelo contrário, ele também padece e é passível de exigir cuidados como toda a nossa saúde.
Deste modo, dispor-se a fazer terapia é estar aberto a ter um espaço, um tempo e uma relação específica de reflexão sobre si para favorecer a si mesmo e seu próprio bem estar. A terapia é alguém estendendo a mão para uma nova caminhada, mas uma mão que não julga de modo condenatório e que é especializada, treinada e preparada para esta caminhada ou jornada juntos.
Algumas pessoas, às vezes, podem não acreditar no benefício e eficácia da terapia, talvez por não compreender um pouco melhor tal processo; talvez por orgulho de achar que não precisa de nada, não carece de ajuda, que é sempre uma fortaleza inabalável e que deve “se virar sozinho” e que deve ser a pessoa mais preparada e indicada para compreender e tratar sobre saúde mental, podendo criar, assim, certas resistências com a terapia; talvez por preconceito e desinformação, concebendo ser algo para loucos ou para fracos; talvez por não imaginar a quantidade de conhecimentos complexos que são necessários e exigidos por parte do terapeuta para tal ação técnica especializada ou para tal serviço de saúde mental; talvez por achar que é só uma conversa como qualquer outra; talvez por achar que não é algo científico e imaginar ser algo mais arbitrário e solto; talvez por achar que se trata de um processo em que alguém vai lhe dizer o que você tem que fazer ou que vai ficar passando sermões ou apenas apontando defeitos e culpados; talvez por achar que é “coisa para rico” ou que é muito inacessível. Aliás, algumas pessoas podem justificar dizendo não ter dinheiro e nem tempo para fazer terapia, mas vale lembrar que há alternativas de atendimento gratuito em certas instituições e também serviços psicológicos em saúde mental com preços variados, alguns mais acessíveis e, em relação ao tempo, quando se coloca como prioridade e se admite a importância daquilo para a vida, às vezes se consegue incluir ao menos um horário na rotina semanal.
Quando se trata se sintomas físicos ou dor física do corpo, a pessoa geralmente busca ajuda médica sem hesitar ou sem “maiores rodeios”, mas, quando se trata de sintomas psicológicos, de dor psíquica ou mental, às vezes, esta mesma pessoa pode não agir da mesma forma, adiando e “empurrando com a barriga”, como se diz popularmente. Porém, se visto como importante ou entre as prioridades e se melhor pesquisados serviços que possam “caber no bolso” e na realidade de cada pessoa, então, a questão do dinheiro e do tempo podem ao menos, talvez, irem diminuindo as chances de serem empecilhos ou inimigos da terapia. Mas, é claro que se compreende a “correria” do dia a dia, a sobrecarga muitas vezes que pode haver, realmente, exigindo, às vezes, muitas horas de trabalho, de obrigações e atribulações, compromissos, de afazeres domésticos, que o tempo que sobra a pessoa pode estar cansada ou querer um pouquinho de lazer e descanso, dependendo da rotina, contexto e da realidade dela e que, realmente, muitas vezes pode haver dificuldades financeiras e isso, de fato, é muito possível e compreensível, mas, nestes casos pode-se pensar em determinadas instituições que oferecem atendimento gratuito (como as clínica-escolas de universidades, CAPSI, CRAS, certas paróquias em determinadas cidades, certas associações, etc.) ou atendimentos não gratuitos, porém, mais em conta, talvez via convênio de saúde ou profissionais que oferecem desconto ou a chamada tabela social.
De todo modo, o fato é que, quando a pessoa tem outra imagem e concepção da psicoterapia, de modo a conseguir enxergar sua real contribuição, todas as justificativas apresentadas acima (e que até são compreensíveis) podem se desfazer e, então, estimular a pessoa a considerar ter este serviço de saúde para si e passar a acreditar e obter os benefícios dele.
No decurso deste acompanhamento, algumas vezes, determinadas ações do terapeuta podem até parecer sem propósito, como certas indagações ou silêncios ou apontamentos, mas, só parecem, pois, certamente, hão de configurar algo pensado e com um sentido dentro desta caminhada ou jornada, embora, nem sempre tão claro naquele momento específico para a pessoa atendida. E de maneira franca, nem sempre a psicoterapia deverá ser, necessariamente, super prazerosa, gostosa e um poço de alegrias e felicidades, pois, por vezes, toca em ‘feridas’ para poder tratá-las ou faz identificar e enxergar certas coisas para poder reorganiza-las, mas, de maneira geral, o processo como um todo, quando com regularidade, colaboração e adesão ao tratamento por parte da pessoa atendida, oferece ganhos importantes e ajuda valiosa à pessoa, beneficiando-a em seu modo de ser e de estar no mundo e em seu modo de se organizar e funcionar psicologicamente.
Quando se diz ‘psicologicamente’, aqui, se está referindo aos mais variados aspectos do psiquismo, da mente, da subjetividade humana, da saúde mental ou do vasto universo psíquico, podendo envolver, por exemplo, o comportamento, a percepção, o pensamento, os sentimentos e emoções, humor, a socialização, a comunicação, as relações interpessoais, o desenvolvimento pessoal, a volição (vontade), prospecção (sonhos, planos e metas), a vida afetiva, a vida profissional, a vida conjugal, as tomadas de decisões ou escolhas, as atitudes, a personalidade, eventuais padrões ou inclinações de conduta, as memórias, crenças, fantasias, imaginações, desejos e medos conscientes e inconscientes, idealizações, paixões, dores ou sofrimentos, eventuais traumas, frustrações, crenças, hábitos, rotina, projeto de vida, autoestima, autoimagem, autoconceito, criatividade, perspicácia, aptidões, qualidades, potenciais, entre vários outros aspectos do mundo psicológico e cujo foco irá depender da demanda, da queixa e das necessidades de cada caso.
Isso porque a Psicologia é a ciência e a profissão que estuda e intervém sobre os fenômenos psicológicos e esses fenômenos podem ser dos mais variados, como mostrado acima e, muitas vezes, até interligados.
O processo psicoterapêutico pode envolver distintas estratégias e utiliza-se bastante do diálogo, reconhecendo que a relação dialógica tem grande potencial de provocar reflexões e transformações em seus participantes ou interlocutores. Porém, não se trata de qualquer forma de conversa ou de qualquer forma de diálogo, mas de um diálogo que é ancorado em técnicas especializadas e estratégias de interação que foram pesquisadas e que são reconhecidas pela ciência psicológica. Por isso, o terapeuta precisa ter sua formação na área e se basear nas técnicas e nos conhecimentos já consolidados e reconhecidos pela Psicologia. E a pessoa que pretende receber os serviços psicoterapêuticos pode verificar se realmente se trata de um profissional que está regular e apto para prestar esta forma de serviço de saúde, distinguindo de possíveis charlatães, certificando-se através de consulta junto ao CRP (Conselho Regional de Psicologia) de sua região, pelo nome completo do psicólogo ou pelo seu nº de inscrição na profissão (seu nº de CRP). As técnicas e estratégias empregadas podem variar de um terapeuta a outro, dependendo da abordagem e metodologia adotadas e o tempo de duração da psicoterapia pode depender da complexidade da queixa, da adesão ao tratamento, colaboração e regularidade da pessoa atendida, objetivos iniciais e que podem se modificar para a própria pessoa ao longo do processo, abertura ou resistência por parte dela, entre outros aspectos e, assim, por depender de variados fatores, não se pode garantir ou prometer um tempo preciso de “cura” ou de alta. Em geral, a relação qualificada da terapia pode se encerrar quando a pessoa se aproxima ou passa a ter semelhante relação mais qualificada e saudável consigo mesma e/ou com os demais, com o mundo, com seu contexto e suas condições; isso de forma consciente e dialogada e que pode variar no tempo de duração de um caso para outro, como já dito.
De toda forma, a psicoterapia pode ser um caminho de autodescoberta, de repensar alguns conceitos sobre si e as coisas, de se reinventar, de ‘renascer’ a cada reflexão sobre a própria vida e suas complexidades e desafios; pode ser um suporte a uma dor profunda; pode levar certo tempo, o qual depende da situação; pode chamar-nos e provocarmo-nos a uma busca contínua de aperfeiçoamento e aprimoramento pessoal, mas, sem nos cobrar demais, nem muito ansiosamente, por estarmos cientes de que, como disse Fernando Pessoa, “a perfeição é desumana, pois o humano é imperfeito”. Porém, ainda assim, sempre é possível mudar alguma coisa, menor que seja, em nosso mundo, sem acreditar, no entanto, que ele será sempre perfeito e acabado. E como disse o psicólogo Skinner: “Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente”.
Por todas estas razões, entre outras, não se acanhe ou se intimide a pensar sobre a terapia psicológica, considere a possibilidade dela, pense em você e pense nesta opção que você possui. “Você faz suas escolhas e suas escolhas fazem você” (William Shakespeare).
Muitas de suas angústias e aflições, às vezes, podem ser aplacadas com o uso de um elemento poderoso: a palavra. Como afirmou, certa vez, Clarice Lispector: “Perdi muito tempo até aprender que não se guarda as palavras, ou você as fala, as escreve, ou elas te sufocam”.
As nossas ações e a nossa linguagem, muitas vezes, expressam o nosso pensamento, mas, ao mesmo tempo, a ação de dialogar também pode modelar o pensar e, este, então, novamente, modelar a nossa ação. E pode ser que “se você continuar a pensar da maneira que sempre pensou, continuará a obter o que sempre teve” (Kevin Trudeau). Assim, que tal repensar só algumas coisas ou considerar a possibilidade de mudar algumas maneiras de pensar e perceber algumas coisas sobre o mundo, os outros, a vida, o futuro e sobre si mesmo? Não mudar tudo, não mudar toda a forma de pensar, mas, talvez, quem sabe, mudar uma pequena parcela do modo de pensar que possa estar lhe fazendo mal, lhe trazendo aflições, angústias ou dores?
Fazer terapia implica acreditar em tal processo, em sua importância, acreditar na própria mudança e, com isso, envolve esperança. Neste sentido, pode ser pertinente, neste momento, relembrar o pensamento ou a frase que diz que: “A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo” (Voltaire). Mas, se possível e até onde lhe for possível e lhe fizer sentido, não tenha medo de tentar mudar e de encarar os próprios medos, de identificá-los, superá-los quando possível, quando não, aprender a conviver com eles ou entrar em um acordo com eles. E que possamos alimentar a esperança de nos aperfeiçoar, pois, “projetistas fazem canais, arqueiros airam flechas, artífices modelam a madeira e o barro, o homem sábio modela-se a si mesmo” (Siddhartha Gautama ou Buda), portanto: “Vence-te a ti mesmo” (Dostoievski), já que “cada homem deve inventar o seu caminho” (Jean-Paul Sartre), assim, vamos pensar juntos no seu caminho? Este é um propósito da terapia.
No entanto, é claro que a psicoterapia não faz mágicas e não se está a prometer milagres, isso seria desleal e antiético, mas se está aqui a tentar esclarecer que ela pode oferecer alguns benefícios a quem dela usufrui. Também que ela pode ser de grande ajuda em sua luta diária, caso isso faça sentido a você e seja de seu desejo, mas, de qualquer forma, apenas não deixe de lutar, com ou sem ajuda psicológica profissional, pois como afirmou, certa vez, a escritora Cecília Meireles: “Não venci todas as vezes que lutei, mas perdi todas as vezes que deixei de lutar”.
Se nesta luta, na caminhada ou jornada, fizer sentido não lutar sozinho e fizer sentido caminhar com alguém; e caso possa permitir, humildemente, uma ajuda profissional na reflexão sobre os passos na estrada da existência, então, considere incluir nesta estrada a existência da psicoterapia.
E o atendimento online, como funciona?
O atendimento online tem se tornado uma opção de atendimento psicológico e que vem se popularizando há algum tempo e que se acelerou durante o período da pandemia do Covid19, tempo em que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou a Resolução nº 04/2020, que regulamentava devidamente tal modalidade de atendimento. Esta forma de atendimento psicológico pode ser realizada mesmo com grandes distâncias geográficas, isto é, o psicólogo e a pessoa atendida podem estar em cidades diferentes, em estados (unidades federativas) distintos ou mesmo em países diferentes. Portanto, distâncias geográficas não se tornam impedimentos. O encontro é síncrono (quer dizer, as duas pessoas se falam simultaneamente, compartilhando o mesmo tempo), mas não compartilham o mesmo espaço. Em um atendimento convencional e presencial, os dois compartilham o mesmo tempo e espaço, mas, no atendimento online, compartilham apenas o mesmo tempo, não o espaço.
Pode ser uma opção para casos em que a pessoa também tenha dificuldades de locomoção, ou dificuldade de encontrar horário/agenda caso tivesse que se deslocar até o encontro presencial e isso poderia inviabilizar sua agenda ou horários e, ainda, pode ser feito de forma mista (com algumas sessões presenciais e algumas online) para casos, por exemplo, em que a pessoa venha a adoecer, fique em repouso domiciliar, ou tenha que viajar a serviço ou por outro motivo, por exemplo, e nestes casos, pode-se realizar atendimento online, sem que se interrompa a terapia presencial que eventualmente pudesse estar em curso e de modo que, assim que possível e que seja do desejo, se possa retornar ao atendimento convencional e presencial. Essas são apenas algumas das possibilidades que esta forma de atendimento apresenta.
Este tipo de atendimento apresenta também algumas limitações e restrições e, assim, para casos mais severos e graves, por exemplo, deve-se direcionar para o atendimento tradicional e presencial, uma vez constatada a necessidade, gravidade e delicadeza do caso.
O atendido precisa se certificar de seu equipamento, internet e de um espaço reservado que garanta sigilo para a realização do atendimento online. A duração da sessão é a mesma da convencional. Pode ser feita por meio de celulares, tablet ou computadores (com câmeras e preferencialmente com uso de fones para as conversas) e, no horário agendado, o psicólogo envia o link, endereço, caminho ou chamada para a entrada ao vivo na vídeo-chamada e podem ser usados aplicativos distintos, desde chamada de vídeo de whatsapp, zoom, meet ou outros, previamente combinado com o atendido, sempre respeitando as recomendações do CFP, resguardando todos os aspectos éticos e técnicos para a prestação deste serviço.
O psicólogo deve estar devidamente cadastrado na plataforma E-Psi e em todas as suas prestações de serviços, não apenas na modalidade online, evidentemente, deverá se pautar rigorosamente no Código de Ética Profissional (Resolução CFP 10/2005).
Basicamente, este é o modo de funcionamento do atendimento online. Maiores informações podem ser passadas posteriormente aos interessados e em casos de dúvidas, é só entrar em contato que teremos o prazer em esclarecer.
O que é Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico?
Avaliação psicológica é um processo de investigação (com várias etapas) e que visa identificar as forças e fraquezas, limites e possibilidades, dificuldades e potenciais, desafios e perspectivas do funcionamento psicológico de um indivíduo (seja criança, adolescente, adulto ou idoso), de um grupo ou de uma instituição, sempre considerando o contexto em que se inserem e buscando subsidiar tomadas de decisões.
A conclusão desta investigação é o diagnóstico psicológico e quando se trata do contexto ou da área clínica é chamado de psicodiagnóstico. Este, nem sempre ou não necessariamente precisa apontar a existência de uma doença mental, pois pode identificar sintomas isolados que não chegam a constituir uma síndrome psiquiátrica, ou um transtorno mental, ou doença mental ou psicopatologia, pode constatar condições próprias da pessoa independentemente de doença, pode-se verificar a existência de sofrimento psíquico ou de alguns aspectos disfuncionais mesmo sem uma patologia mental..., assim como pode detectar a presença, realmente, de uma doença mental e apontar qual tipo de patologia se trata e qual a gravidade da mesma. Para tanto, se usam vários instrumentos, podem às vezes ser usados testes e que irão depender de cada caso, pode envolver observação, anamnese e entrevistas com a própria pessoa e com pessoas próximas, além de outras fontes de informação. O número de sessões para a avaliação pode variar conforme a complexidade presumida e isso normalmente é conversado e estipulado na primeira consulta. Muitas vezes a pessoa vem encaminhada por outras pessoas, ou profissionais ou instituições, que desejam compreender melhor a condição psicológica da pessoa, podendo ser solicitado por familiares, pela escola, por psiquiatra ou vários outros, assim como também pode surgir espontaneamente da iniciativa e desejo da própria pessoa a ser avaliada.
Este tipo de serviço pode ser bastante útil para ajudar posteriormente a pessoa, para gerar elementos mais consistentes ao projeto terapêutico que poderá se seguir e às demais intervenções e encaminhamentos que se fizerem necessários, após o psicodiagnóstico. Pode haver diferentes finalidades e demandas para o psicodiagnóstico. Pode-se, por exemplo, buscar avaliar elementos da personalidade, ansiedade, aspectos emocionais, impulsividade, também podendo haver a avaliação neuropsicológica, investigando a atenção, memória, inteligência, entre vários outros.
Caso esteja precisando ou conheça alguém que precise deste serviço especializado, recomende ou entre em contato conosco, teremos grande satisfação em poder ajudar.
Existe um número muito grande de transtornos mentais, alguns mais comuns na infância, outros mais comuns na fase adulta, outros mais comuns no idoso, outros que independem de faixa etária e todos eles envolvem grande complexidade e exigem acompanhamento e tratamentos distintos. Assim, não cabe aqui tentar comentar tudo o que pode envolver cada um destes transtornos, até porque não é o objetivo no presente momento, não se trata de um ensino profundo e não se refere a apresentar um grande livro, compêndio ou tratado sobre todos os transtornos mentais ou psicopatologias, mas, de apenas mencionar, bem resumidamente, alguns aspectos que podem esclarecer pontos muito básicos sobre algumas destas condições, lembrando que não se encontram referidos todos os transtornos mentais aqui e que as noções básicas comentadas não chegam nem perto da complexidade de cada tema.
É importante esclarecer, primeiramente, o que a depressão não é. Depressão não é somente tristeza, nem puramente desânimo ou desmotivação isoladamente, não é preguiça, não é frescura, não é loucura, não é fraqueza, não é uma escolha da pessoa como se assim preferisse estar e também não é luto. Mas, por que não? Tristeza faz parte da vida e é normal (sem entrar nas discussões e problematizações aqui sobre o que vem a ser normal e anormal), todos passam por tal sentimento e é incorreto não aceitar isso ou considerar que toda tristeza é doença ou é patologia, pois é algo da existência humana e até fonte de aprendizado, de crescimento e de humanização. Diferentemente deste sentimento comum a todos, a depressão é uma condição que envolve uma tristeza extremamente profunda e persistente e que vem junto com vários outros sintomas, como falta de prazer e de interesse em coisas que antes tinha prazer, a pessoa pode ficar bem mais indecisa até para coisas mais simples do cotidiano, apresentar bastante sentimento de culpa, pessimismo, negativismo, sentimento de inadequação, fadiga (um cansaço excessivo até para pequenas coisas do dia a dia), alterações, para mais ou para menos, no sono, no apetite, no peso, entre outros sintomas, não necessariamente todos eles, mas jamais com somente um ou outro sintoma isoladamente. Em criança, a tristeza pode aparecer, na verdade, em forma de irritação. Essa condição não é por um dia ou só por alguns dias, mas persiste por semanas, leva a verdadeiro sofrimento psíquico e disfunção pessoal (pode começar a prejudicar na vida afetiva, conjugal, paternal/maternal, vida social, profissional, escolar ou outras funções da vida) e em casos mais graves pode levar a ideações suicidas e levar a pessoa a condições de risco. Nestes casos mais graves, além da psicoterapia, pode ser recomendado acompanhamento psiquiátrico para intervenção medicamentosa.
Trata-se de uma doença real, pouco compreendida, principalmente por aqueles que nunca passaram por condição semelhante e é totalmente diferente de vagabundagem ou a pura falta de vontade para trabalhar ou estudar, sendo que imaginar que a doença da depressão seja essas coisas ou julgar desta forma apenas indica desinformação e preconceito, além de menor sensibilização com a dor alheia.
A depressão pode ter causas variadas, com hipóteses genéticas (chamada depressão endógena) ou por fatores da vivência (chamada de depressão exógena) e muitas vezes sem uma causa aparente. Muitas pessoas podem até estranhar quando não verificam claramente uma causa ou trauma que justifique aquela condição, achando que não teria um porquê, mas é importante destacar que a depressão não precisa, necessariamente, de um porquê. Muitas vezes depende de vários fatores (assim como na maior parte dos transtornos mentais, por isso é dito que, em geral, eles possuem causa multifatorial) e, sendo assim, não conseguir enxergar claramente a causa não deve ser motivo para achar que ela não existe ou para diminuir a dimensão do problema.
A pessoa acometida pode ter dificuldades de concentração e ter dificuldades na memória relativa a lembranças positivas, mas ter uma boa memória para lembranças mais negativas, além de muitas vezes comprometer suas aspirações, projetos e se instalar certa desesperança e uma crença de que tais dificuldades serão para sempre e que não se trata de uma fase que poderá um dia ser transformada, ainda que não tão rapidamente. A pessoa pode começar a confundir a sua vida com a sua própria dor, achando que são a mesma coisa. Este tipo de percepção é uma das coisas que a doença pode levar a pessoa a desenvolver, sem que ela se dê conta de que a doença é que está impelindo ela a isso.
Outro fenômeno que pode ocorrer na depressão é a pessoa não conseguir ter a sensação, a percepção e o pensamento de que tal situação não necessariamente é eterna ou perpétua, mas que pode ser uma fase e, portanto, não definitiva, não imutável, que pode mudar e passar. A pessoa pode ter o sentimento de que aquela dor será para sempre e não poderá passar, ou às vezes pode até acreditar que poderá passar, mas, que não suporta mais esperar até que isso ocorra, por ser uma dor muito forte. Isso é muito compreensível, pois ao imaginar alguém com uma profunda dor física e imaginar alguém apenas dizendo que irá passar, por exemplo, isso pode não ser muito confortante de ouvir para quem está na dor, não tão preocupado com o futuro, mas com a dor do presente e, então, pode não ser o que a pessoa mais precise ouvir naquele momento, até porque, no caso da depressão, dizer que é apenas uma fase, a depender do modo como é dito ou colocado, pode parecer que se está a diminuir a dor da pessoa. Mas, uma vez considerado e compreendido isso, é importante também, por outro lado, considerar ou ter a percepção de que as coisas podem mudar. Quando a pessoa tem a convicção rígida e absoluta de que nada poderá mudar, os riscos e as ideações suicidas podem ficar graves e muito preocupantes. Não se trata de crer e apostar em mudanças mágicas, rápidas e totais, mas em mudanças lentas e mesmo de pequenas coisas, aos poucos, parciais, sutis, gradativamente, pois muitas vezes passa-se por momentos e períodos muito difíceis até que se possam ter momentos melhores. Todo tempo nublado, temporal e nuvens pesadas, por mais prolongadas que sejam, sempre passam e o sol volta a estar conosco. “Não conheço paz interior sem tempestade anterior” (Idelson Mafra) e “se você quer o arco-íris, você tem que suportar a chuva” (Dolly Parton). E como se sabe, na queda é que as águas podem criar ainda mais energia. As turbulências e as dores, muitas vezes, podem ensinar e fortalecer. Pode levar a um repensar importante sobre si e as coisas e, como afirmou, certa vez, metaforicamente, Antônio Oliveira: “Desculpe o transtorno, estou em obra interna”. Esta obra interna pode ser sua reflexão ou o seu acompanhamento psicoterapêutico, mas, não precisa pedir desculpas por ter ou estar com algum transtorno, isso não é razão para se envergonhar, também não é culpa sua porque ninguém escolhe ter alguma doença, seja física ou mental, e do mesmo modo, a pessoa não opta pela depressão e pela dor. Como se percebe, são usadas aqui algumas frases gerais ou pensamentos curtos e singelos que possam ser mais claros, mais leves, líricos ou talvez mais simples de entendimento a um público em geral e, assim, talvez, sendo mais acessível ou podendo fazer mais sentido e, por isso, não se optou por passagens de autores e de textos técnico-científicos e especializados (embora fossem mais precisos), mantendo o caráter e o propósito de uma linguagem mais simples e menos técnica nestes textos para noções básicas acerca de algumas condições psicológicas mais comuns.
Cabe esclarecer melhor, ainda, como comentado antes, que depressão é diferente de luto, pois este, assim como a tristeza, é um sentimento normal, faz parte da vida e não adianta querer se anestesiar de tudo o que a vida possa apresentar e que não seja sempre prazeroso, pois isso seria se negar a viver, de fato, tal como a vida é, fugindo da realidade e das adversidades e dificuldades que podem surgir naturalmente na existência. Aprender a suportar e a lidar com tais dificuldades não significa fugir delas. Portanto, o luto não é doença e não é depressão, mas pode passar a ser motivo de preocupação e pode passar a ser um luto patológico e se constituir depressão quando a intensidade da dor é excessiva e desproporcional ao esperado para o contexto, quando persiste nesta intensidade por período superior a dois meses, aproximadamente, em média; ainda, cabe esclarecer que a tristeza no luto (diferentemente da depressão) tende a diminuir de intensidade ao longo dos dias e pode vir em ondas, conhecidas como “dores de luto”, geralmente associadas a lembranças do falecido. E no luto, ainda, o conteúdo dos pensamentos tristes geralmente se relaciona com sentimentos de vazio, de perda, de saudade e lembranças do ente querido ausente, já na depressão são mais comuns pensamentos autocríticos, autodepreciativos, de desvalia pessoal (sentimento de menos valia), de pessimismo ou de aversão a si mesmo. Assim, no luto, a dor se relaciona mais ao ente perdido e/ou à perda, já na depressão, a dor tende a se relacionar mais consigo mesmo, com sentimentos de desvalia ou de incapacidade de enfrentar a dor da depressão. É como se no luto a pessoa sentisse que falta algo no mundo e na depressão a pessoa sentisse que falta algo em si mesma. Mas, às vezes, o luto se torna alvo de preocupação clínica e pode passar a ser patológico e merecer atenção especializada e ajuda profissional. Não é todo luto que precisa ser visto como doença, mas nem sempre se pode descartar a possibilidade de um luto evoluir para uma doença.
Quando se fala aqui em desesperança e pessimismo na depressão, não se está referindo àquela pessoa comum que apenas não é otimista em relação ao futuro das coisas ou que nem sempre aposta no melhor ou que não acha que alguma coisa poderá dar certo, mas se refere a um pessimismo excessivo, desproporcional, de nível elevado e patológico, às vezes até paralisante, que pode desmobilizar a pessoa, deixa-la mais inativa e apática. Aliás, muitos dos sintomas da depressão, várias pessoas podem experimentar de forma isolada (não combinada ou não com vários daqueles sintomas juntos) e não de forma tão persistente e não de forma tão profunda ou com a mesma intensidade. Mas, quando se fala em depressão, não se trata de um ou outro sintoma, mas de um conjunto ou um quadro composto por vários sintomas, de modo mais persistente e mais intenso. Isso pode se dar quase todos os dias (e geralmente dura, no mínimo, duas semanas, ao menos) e, quando se diz quase todos os dias, significa que não se deve montar a imagem de que a pessoa deva estar chorando ininterruptamente o tempo todo e nem que, se ela emitir algum ou alguns sorrisos nestes dias, então, será falsidade ou prova de que não teria depressão, não é absolutamente nada disso. A pessoa pode experienciar outros sentimentos, até positivos, intercalados, isso não deve servir de preconceito ou julgamentos equivocados, pois tal doença ocorre em boa parte dos dias, em quase todos dias, mas atenção a esta palavra “quase”, no sentido de “frequentemente”, não totalmente e absolutamente, em 100% dos momentos. Inclusive, nem sempre sorrir significa felicidade e nem sempre o sentimento de felicidade se expressa, necessariamente, através de sorrisos. Assim, se um depressivo sorrir, não significa que se deve considerar o fim da sua depressão ou que ele nunca a teve, pois não funciona desta forma, sendo importante esclarecer mais este ponto básico relativo a este transtorno mental que cada vez mais vem adoecendo milhões de pessoas no mundo.
Porém, quando a pessoa não possui depressão, mas apresenta alguma característica depressiva ou algum sintoma isolado, como somente a tristeza, por exemplo, mesmo assim, ela pode procurar ajuda psicoterapêutica, pois a terapia não serve apenas para casos graves ou para quando já se instalou algum transtorno mental, mas, pode servir também para prevenção, fortalecimento, autoconhecimento, entre outras finalidades.
O Transtorno Afetivo Bipolar, mais conhecido pela sigla TAB - e quando com uma duração de muitos anos, de forma crônica, podendo ser chamada também de Ciclotimia – se caracteriza por alterações marcantes do humor e que se alternam entre dois pólos extremos, o pólo depressivo e o pólo maníaco. Assim, na fase depressiva, a pessoa apresenta as características já comentadas aqui na parte que trata sobre a depressão, já na fase maníaca, ocorre o outro extremo, a pessoa fica mais eufórica, disposta excessivamente, cheia de energia, agitada, mais falante, mais acelerada, pode dormir pouco, querer fazer muitas coisas, às vezes ficar mais irritada e impulsiva (inclusive para compras e gastos e também impulsivo no trânsito), há autoestima bastante elevada e sensação de grandiosidade, pode haver desinibição social e também sexual, pode haver dificuldades de concentração (déficit em atenção focal), podendo ficar mais vigilante ou com atenção difusa, entre outras características.
Deste modo, no TAB, a pessoa transita entre dois pólos extremos, um de grande euforia e autoestima e o outro de grande tristeza e baixa autoestima. Antigamente o TAB era chamado de psicose maníaco-depressiva, mas hoje se compreende que nem sempre e não necessariamente estão presentes sintomas psicóticos (como delírio e alucinação) e, cabe esclarecer que, quando se fala em fase maníaca ou em maníaco, não se está referindo ao modo como muitas vezes é tratado em certos filmes ou mídia, como alguém que seria psicopata ou serial killer, não sendo correto e nem justo associar invariavelmente a mania com homicídio. Isso não se justifica nem mesmo estatisticamente e pode gerar certos preconceitos com a pessoa que sofre ou padece desta condição.
Quando a pessoa faz a troca de um pólo para outro, isso é chamado de ciclagem. Porém, não se deve confundir o TAB com quaisquer alterações de humor. Todas as pessoas oscilam em seus estados emocionais, ninguém é constante e igual o tempo todo, portanto, variações emocionais e humorais podem perfeitamente ocorrer, mas, no caso do TAB, se trata de algo bastante exacerbado, excessivo, disfuncional, já em um nível preocupante e patológico. Geralmente exige, além do acompanhamento psicoterapêutico, o acompanhamento psiquiátrico e uso de medicamentos. Geralmente também pode exigir bastante paciência por parte de familiares ou pessoas que convivem com ela, sobretudo nas fases maníacas.
O afeto é dividido, basicamente, em três tipos: emoção, sentimento e humor, sendo que a diferença entre eles está na intensidade e duração. Quanto maior a duração, menor a intensidade, de modo que as emoções são mais intensas e mais passageiras (como paixão, alegria, raiva, etc.), já os sentimentos duram mais e são menos intensos que as emoções (como sentimento de amor, de felicidade, de rancor, de saudade, de fé, de amizade, de confiança, etc.) e o humor, por sua vez, tem duração ainda maior (como que quase integrando o modo de ser da pessoa) e sendo menos intenso ainda que o sentimento. No caso do TAB, o humor que deveria ser um pouco mais estável e persistente no tempo, de maior duração e até de menor intensidade, pode mudar de forma rápida (fazendo a ciclagem) e de forma muito mais intensa.
Cada ciclagem e cada fase (seja depressiva ou maníaca) pode durar semanas ou meses e existem dois tipos básicos de TAB, o tipo I (com predomínio da mania) e do tipo II (com predomínio da depressão). A ciclagem rápida (quando ocorrem ciclagens quatro vezes ou mais dentro de um mesmo ano) parece ser mais comum em mulheres do que em homens e cabe ressaltar que, estatisticamente, o risco de suicídio é aumentado em pessoas nestas condições (o risco é 15 vezes maior que o da população em geral, segundo a Associação Americana de Psiquiatria – APA, 2014) e por tudo isso que foi resumidamente comentado aqui, torna-se importante a pessoa que possui tal transtorno ser acompanhada profissionalmente e a que possui suspeita de sintomas realizar uma avaliação ou psicodiagnóstico, mas, enfim, trata-se de uma condição que exige cuidados médicos e psicológicos, acompanhamento e suporte.
Ansiedade em si não é um problema e não é algo a ser demonizado, até certa medida, pois pode servir para preparar a pessoa, colocar em alerta, impulsionar ou como um modo de se organizar psicologicamente para certas situações da vida, mas, quando em excesso e de modo desproporcional, em que mais atrapalha do que ajuda e quando começa a gerar grande sofrimento psíquico e disfunção pessoal (levando a sentimentos, pensamentos ou comportamentos disfuncionais), então, torna-se alvo de preocupação clínica e ela pode se converter em fonte de um número enorme de transtornos mentais, como um transtorno de ansiedade generalizada, um transtorno de pânico, em fobias variadas (como fobia social – que é diferente de timidez ou introspecção), fobia para dirigir ou com trânsito, ou fobias com outros objetos ou situações específicas, por exemplo, com água, lugares fechados, ou multidões ou para sair de casa, entre vários outros. Também pode levar ao transtorno obsessivo compulsivo (TOC), o qual pode apresentar certos rituais muito variados, envolvendo obsessão (pensamento) ou compulsão (comportamento) com limpeza, com ordem, em conferir coisas, em acumular coisas, por exemplo, entre várias outras formas.
Cabe ressaltar que a ansiedade patológica ou ansiedade fóbica é diferente de medo, de um medo comum, sendo este mais relacionado a um objeto concreto e a ansiedade mais relacionada com a possibilidade e a expectativa exagerada sobre algo que se imagina ser prejudicial, isto é, não é uma reação proporcional a um objeto nocivo, mas uma reação antecipada e exacerbada a algo que se pensa que possa ser nocivo. O medo não necessariamente é um problema e pode até desempenhar sua função adaptativa, protetiva, reativa e defensiva, mas a ansiedade de nível patológico pode levar a grande sofrimento, esquiva ou evitação de situações e experiências que não ofereceriam risco e poderiam até oferecer bem estar, trocas, aprendizado..., pode levar a grande desgaste mental, gasto de tempo, energia e pensamento com determinados receios profundos e intensos, entre outras consequências disfuncionais.
A preocupação, muito relacionada com a ansiedade, também é algo que, até certo ponto, pode ser salutar, permitir antever determinadas situações e não permitir ser por demais inconsequente, mas, quando, de maneira excessiva, também pode compor quadros patológicos da mente. A pessoa, neste caso, se “pré-ocupa” demasiadamente, gerando-lhe enormes sofrimentos antecipatórios. Geralmente superdimensiona, inflaciona ou exagera as possibilidades negativas das consequências das coisas e dos eventos. A percepção dos riscos, perigos e das consequências das coisas são exageradamente negativas, com certa catastrofização ou maximização dos efeitos que podem ocorrer em dadas situações. Em outras palavras ou em resumo, as possibilidades negativas ficam exageradas e pouco razoáveis.
Ao encontro um pouco disso, Arquimedes teria afirmado: “Às vezes não acertamos com medo de errar e erramos com medo de acertar”. Outras vezes a ansiedade pode ser paralisante, de modo que a pessoa evite fazer muitas coisas. Outras vezes a pessoa se preocupa bastante com o que os outros poderão pensar e teme demasiadamente possíveis críticas ou julgamentos alheios, mas, ironicamente, às vezes: “Há apenas uma maneira de evitar as críticas: não faça nada, não diga nada e não seja nada” (Aristóteles).
Em certos casos, a pessoa pode se preocupar demais com várias coisas diferentes ao mesmo tempo, o que pode levar a grande agitação e interferências no sono, dependendo do caso. Também pode levar a alterações no ritmo da respiração e a outras alterações fisiológicas (por exemplo, muito suor, falta de ar, palpitações, coração acelerado, tremores, tonturas ou outros sinais) e, por isso, às vezes, é até confundido inicialmente com doenças físicas ou de outras causas.
Nos casos de pânico, a pessoa pode ter medo de morrer, de ficar louca, de perder totalmente o controle e o medo de voltar a ter a crise de pânico novamente (quando já teve uma antes, claro), referindo-se aqui a um medo extremo e patológico (ansiedade mórbida ou patológica), não a um medo comum e regulado.
Em muitos casos em que a pessoa sofre de muita ansiedade, não necessariamente irá desenvolver um transtorno ou uma condição com diagnóstico ou quadro fechado, como transtorno de pânico, fobia ou outros, mas pode viver com uma ansiedade difusa, generalizada (mesmo sem enquadrar, necessariamente, no transtorno de ansiedade generalizada), em relação a várias coisas da vida e, embora possa ter sintomas isolados ou difusos, pode levar a grande sofrimento, às vezes pode levar a pessoa a grandes desgastes nas relações interpessoais, por impaciência, por exemplo, a roer excessivamente as unhas ou desenvolver certas “manias” ou tiques, bruxismo (raspar dentes), a comer demais, fazer consumos excessivos de álcool, pode afetar atenção, memória, pode “dar brancos”, a tensão constante pode levar a doenças físicas do corpo (dores musculares, cefaléia tensional, gastrite, hipertensão, baixa imunidade ou outras condições possivelmente psicossomáticas, isto é, de origem psicológica).
Estilo de vida, biografia, traumas, rotina, modo como foi educado e influenciado historicamente, hábitos, perfil e tendências de personalidade, condições de trabalho, contexto familiar, padrão de relações sociais e contextuais em geral, entre vários outros fatores, podem levar a tais condições patológicas relacionadas à ansiedade. Muitas pessoas sofrem grandemente de um nível doentio de ansiedade e necessitam de ajuda profissional e de estratégias psicológicas para lidar com os níveis constantes de ansiedade, com suas consequências ou com crises de ansiedade ou para a prevenção destas. Técnicas de respiração diafragmática, de relaxamento, de meditação, de dessensibilização (técnica de Wolpe), entre várias outras, podem ser úteis em alguns casos, mas somente uma avaliação e acompanhamento profissional poderão analisar de forma mais acurada e assertiva as melhores estratégias para enfrentamento do problema e atenuação dos sintomas, analisando de forma individualizada, mais aprofundada e apropriada.
O estresse, assim como a ansiedade, até certo nível, é completamente normal, desejável e saudável, não daria para viver sem estresse algum a vida toda, ele faz parte da vida, é uma reação às nossas experiências, vivências, ações e atividades mundo afora, constitui uma reação natural do corpo, fisiológica e psicológica, frente às diversas situações. Eventos e circunstâncias vistas como sendo perigo ou mais ameaçadoras elevam mais, proporcionalmente, o nível de estresse em reação ao estímulo ou evento vivenciado. Assim, o estresse é uma resposta adaptativa e funcional, necessária e saudável, o qual não se deve negar ou fugir plenamente, pois seria quase que evitar viver; a menos que em condições mais sensíveis e de sofrimento, seja realmente e altamente recomendado evitar, o quanto possível e quando possível, certos fatores estressores de nossas vidas. Admite-se, assim, que nem sempre é possível evitá-los e nem todos os fatores estressores da vida são desejáveis e saudáveis, além disso, existem níveis de estresse e, assim sendo, níveis muito elevados e por tempo prolongado, são prejudiciais e já despertam preocupação e podem levar a adoecimentos diversos, afetam a qualidade de vida, o bem estar biopsicossocial e a saúde mental da pessoa.
Pode-se dividir o estresse em três fases, basicamente, a de alerta, a intermediária e a estafa (ou alerta, resistência e exaustão). A fase de alerta e até intermediária não despertam importância clínica e são formas de ajustamento natural e de reação aos estímulos, como já dito, mas, a fase de estafa já merece atenção, trata-se de um nível de estresse deletério ou prejudicial e que precisará ser modificado.
A pessoa sob forte estresse e por longos períodos pode se tornar mais irritada, explosiva, impaciente, levar a conflitos nas relações interpessoais, (sejam conjugais, paternais/maternais, familiares, laborais, sociais...), pode ficar mais descuidada consigo, ir diminuindo tempos de lazer, se sentir sempre cansada, pesada, pressionada, frustrada, insatisfeita, pode levar a pessoa eventualmente a tomar atitudes ou escolhas de forma mais impensada, pode levar ao sentimento de angústia (de aperto no peito), sensação de esgotamento, perda de libido, pode levar a certo desinteresse pelas coisas em geral e à sensação de estar com “os nervos à flor da pele” e, assim como a ansiedade, pode levar a pessoa a fazer consumos excessivos de álcool, pode afetar atenção, memória, pode “dar brancos”, a tensão constante pode levar a doenças físicas do corpo, das mais diversas (dores musculares, cefaléia tensional, gastrite, hipertensão, baixa imunidade ou várias outras condições possivelmente psicossomáticas ou psicogênicas, isto é, de origem psicológica), e também igualmente à ansiedade, pode levar a indesejadas alterações no ritmo respiratório (de modo a hiperventilar – respiração curta e rápida) e a alterações, eventualmente, na oxigenação dos tecidos do corpo; pode, ainda, afetar a qualidade do sono e da recuperação das energias, pode ser porta de entrada para outras patologias, como as relacionadas à ansiedade, ao uso de drogas e à dependência, à depressão ou outras. Como se vê, o estresse, assim como um remédio, dependendo da dose, pode virar veneno.
Nem sempre é possível controlar ou diminuir as fontes ou fatores estressores, seja motivo de doenças na família, motivos de trabalho, motivos financeiros, divórcio, conflitos de toda ordem..., sendo compreensíveis e justificáveis várias destas situações, entre outras, como desencadeantes de estresse patológico, mas a pessoa acometida poderá precisar de suporte e ajuda profissional para tentar lidar com tais contextos aversivos e tal fase pesada, conturbada ou turbulenta de sua vida, refletindo acerca de estratégias para se relacionar com esta realidade posta.
As condições de estafa/exaustão ou de estresse patológico também podem levar ou envolver determinados transtornos como a Síndrome de Burnout (estresse patológico específico e relacionado ao trabalho), o Transtorno de Adaptação, o Transtorno de Estresse Agudo e o Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Todas estas condições precisam de tratamento psicológico. E mesmo não havendo ainda um transtorno, mas já havendo níveis de estresse muito altos, já é uma condição que merece cuidado e atenção especial por parte da pessoa acometida e é recomendado ela considerar ajuda de profissional da saúde mental para lhe auxiliar na travessia desta difícil fase, seja para tentar a diminuição dos sintomas, seja para evitar o agravo dos sintomas já existentes ou para prevenir a instalação de outros transtornos mentais eventualmente decorrentes ou várias outras finalidades, a depender da realidade da pessoa.
Os transtornos da personalidade se referem a um conjunto de vários transtornos diferentes, mas que possuem em comum o fato de haver um certo padrão mais inflexível e persistente da forma da pessoa ser. Assim, não é um modo de funcionamento temporário, mas integrado à identidade, à personalidade, a um padrão estável e duradouro de funcionamento e que se manifesta e se expressa de forma ampla, em múltiplos contextos ou várias frentes da vida da pessoa, em situações pessoais e sociais, não se restringindo a apenas um contexto específico (pois aí, se assim fosse, a questão estaria no contexto e não na personalidade da pessoa). Estes transtornos se iniciam no final da adolescência ou início da fase da adulta, persistindo posteriormente na maneira da pessoa ser, de maneira geral ou em variadas situações e contextos.
Comumente, antes dos dezoito anos ou fase adulta, não se considera ou não se cogita um transtorno de personalidade, por considerar que a personalidade ainda não está formada ou mais consolidada e que ainda está em construção, mas, algumas características da adolescência podem evoluir para um transtorno da personalidade na fase adulta. Por exemplo, um transtorno opositor-desafiador pode evoluir para um transtorno de conduta e este depois pode evoluir para um transtorno de personalidade antissocial (mais conhecido por Psicopatia), lembrando que esta evolução não é uma regra.
Aspectos no modo padrão de ser da pessoa ou já integrados à personalidade, sendo mais persistentes no tempo e inflexíveis, em resumo, são elementos que caracterizam os transtornos de personalidade, de modo geral, havendo tais aspectos em comum, mas, sendo transtornos bastante diferentes entre si nos sintomas.
As alterações ou sintomas podem ocorrer na esfera da cognição (intelecto ou inteligência), na afetividade, no funcionamento interpessoal ou habilidades sociais e no controle dos impulsos.
Como já dito, os transtornos da personalidade são muitos e não caberia aprofundar cada um deles aqui, extrapolando ao objetivo de apresentar noções básicas, gerais e panorâmicas, mas, pode-se apenas citar alguns destes transtornos, como por exemplo, o transtorno de personalidade paranóide, o esquizóide, o esquizotípico, o transtorno de personalidade antissocial, borderline (ou personalidade limítrofe), histriônica, narcisista, dependente e o transtorno de personalidade evitativa, podendo incluir aqui também o transtorno de identidade dissociativa (que muitos chamam de transtorno de múltipla personalidade). Em todos estes casos é bastante recomendado o acompanhamento psicoterapêutico.
A quantidade e variedade de psicopatologias, doenças mentais, morbidades psíquicas, síndromes psiquiátricas ou transtornos mentais/psicológicos e afecções da saúde mental são enormes e a maior parte delas não foram abordadas nos textos ou resumos apresentados aqui, justamente devido a esta amplitude e pelo propósito que se teve de apenas esclarecer de modo geral algumas noções bem básicas e não aprofundadas, com linguagem mais simples, para leigos ou interessados, ou pessoas que desejam se informar um pouco melhor, de maneira introdutória, sobre certos acontecimentos que estejam passando ou por conhecer pessoas próximas que estejam passando por tais condições e que, por conta disso, lhes despertam maior atenção, curiosidade ou preocupação com tais temáticas, que são altamente complexas.
Deste modo, como já dito, a maior parte dos transtornos não consta abordada ou não foi escolhida/selecionada/eleita para entrar nos resumos apresentados, porém, é importante destacar que estes demais transtornos não são menos importantes, não dispensam atenção especial e cuidado e igualmente precisam de acompanhamento profissional. Mesmo que alguns transtornos sejam menos comuns na população, quando comparados a outros (como piromania ou tricotilomania se comparada com a depressão, por exemplo; ou a neurastenia, a enurese, a síndrome de Tourette, quando comparadas aos transtornos de ansiedade, também só como exemplos, entre outros), ainda assim, tais condições necessitam de atenção e um olhar cuidadoso.
Vários transtornos mentais levam a níveis de sofrimento psíquico ou dor psicológica extremamente altos e muitos elevam o risco de ideação suicida e de tentativas suicidas, sobretudo quando combinadas (comórbidas) e ainda mais quando associada com a depressão. Portanto, precisam de suporte especializado. É o caso dos transtornos de vício ou dependência (seja de substâncias, de jogos ou outros), o transtorno da esquizofrenia, a anorexia, bulimia, transtorno de compulsão alimentar, demências, disfunções sexuais (como ejaculação precoce, anorgasmia, entre outros), o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), os transtornos de aprendizagem (como dislexia, discalculia, disgrafia ou disortografia), o transtorno do espectro autista (TEA), a deficiência intelectual, entre outros. Todos estes são igualmente importantes e exigem atenção.
Mesmo nos casos em que não há um transtorno mental específico e definido, mas há sintomas isolados ou certas características que incomodam a pessoa, como um ciúme patológico, um pensamento muito acelerado (taquipsiquismo), esquecimentos freqüentes (e às vezes de coisas importantes), angústias difusas ou sentimentos de vazio, medo de uma pessoa amada adoecida vir a falecer, a dor da descoberta de uma traição, ou de um filho se emancipar e sair de casa ou ir morar longe, uma frustração grande, uma sensação de incapacidade ou de que não vai conseguir fazer as coisas, sentimentos de inferioridade, problemas de relações interpessoais, às vezes de relações tóxicas, nervosismo, insatisfações profissionais, dificuldades de adaptação a certas coisas que possam ter ocorrido, timidez extrema, dificuldades para se comunicar, raiva, problemas emocionais de modo genérico, problemas familiares, sentimentos de rejeição, solidão, carência, de ressentimentos, entre inúmeras outras condições, todas elas podem e merecem uma atenção diferenciada e demandam que ao menos se considere a possibilidade de terapia psicológica para ajudar em tais aspectos. A terapia também pode servir, como já dito antes, para fortalecimento, prevenção e autoconhecimento, independente de estar presente um sintoma ou uma característica mais preocupante, ou um transtorno mental ou um trauma mais grave. Mas, havendo estes, torna-se, então, ainda mais altamente recomendada a ajuda profissional especializada em saúde mental e o serviço da psicoterapia. E havendo ideação suicida, busque ajuda profissional imediatamente. Caso conheça alguém que esteja com ideação suicida, não subestime, não pense que seja só para chamar atenção e busque manter-se compreensivo, à disposição, mostrando que se importa, que está ali ao lado dela e que ela poderá contar contigo, se ela quiser falar algo apenas escute, se não ela quiser, respeite, mas não invalide o sentimento de dor dela e busque ajuda profissional imediatamente.
Enfim, os mistérios e enigmas da mente humana são inúmeros e ao longo da história da humanidade o ser humano sempre buscou entender melhor o próprio ser humano, buscou pensar sobre o pensamento, de modo que é a mente tentando entender a mente ou ela se colocando a serviço de si própria. Muitos conhecimentos foram produzidos e acumulados sobre isso até se tornarem uma ciência, sempre em evolução, e esta ciência oferece, entre outras coisas, o serviço de psicoterapia no cuidado à saúde mental, no bem estar biopsicossocial, no desenvolvimento pessoal e no enfrentamento do sofrimento psíquico. É uma oportunidade e uma opção, às vezes até uma necessidade, que as pessoas possuem e que podem se utilizar para se beneficiar e evoluir.
Reflita um pouco, que seja por apenas alguns segundos, se a terapia seria boa para você. Caso, então, considere que sim, entre em contato conosco, estaremos inteiramente à disposição para ajudar. Independente disso, agradecemos de coração a sua valorosa visita aqui neste espaço que é nosso e esperamos que possam ter sido úteis alguns esclarecimentos colocados aqui e, por fim, deixamos um carinhoso e caloroso abraço a você. Fique bem, até uma próxima!
Psi. Fernando Ulisses Rosalino
CRP nº. 14/03817-6